Displasia da Anca ou Displasia coxo-femoral

27-12-2010 10:54

 

A Displasia da Anca é uma doença do desenvolvimento da articulação coxo-femoral  que afecta sobretudo cães grandes (>12 kg) de crescimento rápido. Raças propensas à Displasia da Anca são: Pastor Alemão, Labrador Retriever, Rottweiler, Boxer e outras raças grandes/gigantes.

Esta doença consiste numa série de alterações na articulação coxo-femoral que leva à sua instabilidade e fraqueza. Numa articulação saudável e forte, os ossos envolvidos deslocam-se um sobre o outro com facilidade e sem provocar dor. Isto significa que a superfície do osso que articula com o outro é lisa e que estão ambos banhados pelo líquido sinovial, que lubrifica o contacto entre os dois ossos.

Figura 1 – Articulação da Anca saudável: cabeça do fémur, esférica e coberta por uma cartilagem lisa encontra-se bem encaixada num acetábulo profundo, também coberto de cartilagem lisa.

 

Na Displasia da Anca há instabilidade e dor porque a cavidade – o acetábulo – onde deveria deslocar-se com facilidade a cabeça do fémur que lá se articula está menos profunda e/ou a cabeça do fémur está menos redonda e mais aplanada.

Isto permite um certo grau de deslocamento da cabeça do fémur para fora do acetábulo processo que se denomina de subluxação. Pode ocorrer também a luxação completa da cabeça do fémur em que esta sai completamente do acetábulo.

Os movimentos do animal e o constante atrito da cabeça do fémur e do acetábulo provocam inflamação da articulação bem como alteração dos ossos envolvidos, com esclerose e produção desorganizada de osso no colo do fémur e no acetábulo, o que se denomina de Osteoartrose ou Processo Degenerativo Articular, que é o grau mais avançado da Displasia da Anca provocando dor e claudicação.

Figura 3 - Osteoartrose ou Processo Degenerativo Articular

 

COMO EVITAR QUE A DOENÇA SE VENHA A DESENVOLVER?

A Displasia da Anca é uma doença de carácter hereditário que pode vir a desenvolver-se durante o crescimento. Quando há susceptibilidade hereditária, o animal apresenta um maior risco de desenvolver problemas nesta articulação.

Deve-se, por isso, evitar os factores que ajudam a que a Displasia se desenvolva:

1.       Ofereça ao seu cão uma ração indicada para o peso e tamanho que ele terá quando for adulto.

2.       Evite a obesidade pois sobrecarrega a articulação da anca.

3.       Não forneça suplementos de cálcio porque estes agravam a tendência para a Displasia.

4.       Suplementos articulares com sulfato de condroitina e glucosamina são altamente recomendados.

5.       Antes do crescimento terminar não deixe o seu animal realizar saltos ou exercícios muito violentos, porque tornam a articulação da anca mais fraca.

6.       Evite pisos escorregadios onde o seu cão tenha de fazer muita força ou derrape.

 

COMO SABER SE O SEU CÃO TEM DISPLASIA DA ANCA?

           Existem sintomas que podem constituir um indício: coxeira, dor, baixa tolerância ao exercício, relutância em subir ou descer escadas.

    Animais de raças predispostas, filhos de animais afectados e animais de crescimento rápido, mesmo que de raça indeterminada, devem ser sujeitos a um despiste radiográfico ao ano de idade e um segundo despiste aos dois anos para se confirmar que o animal não apresenta Displasia da Anca. Estes exames radiológicos exigem um relaxamento completo dos músculos e mobilidade total das articulações sendo, por isso, realizados sob sedação.

 E SE O SEU CÃO TIVER DISPLASIA DA ANCA?

          Sendo uma doença hereditária, o seu animal não deve ser usado para reprodução uma vez que iria perpetuar a transmissão da doença.

          Deverá dirigir-se ao seu Médico Veterinário para decidir o tipo de tratamento , consoante o grau de Displasia e dor apresentada pelo animal:

                 ·         Tratamento médico conservador – consistem em repouso, redução do peso, administração de anti-inflamatórios e analgésicos nas crises de dor e protectores articulares como medicação a longo prazo.  Os protectores articulares são essenciais para uma diminuição da dor e melhoria do conforto do animal, para além, de diminuírem a frequência das crises de dor e de retardar a progressão da doença.

                           Tratamento cirúrgico – existem várias técnicas disponíveis para a correcção das más formações entre a anca e o fémur e    será o Médico Veterinário que, ao avaliar o animal, irá sugerir a melhor técnica a utilizar.

 

Em caso de dúvida, não hesite em contactar-nos.

 

 

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